News #23 - You can't be what you can't see: o poder do exemplo 👀
Mulheres na indústria de VC para inspirar nossa trajetória e um novo momento de colaboração dentro do Elas&VC Comunidade
Vamos para a edição #23 da nossa Newsletter Elas&VC. Confira as versões anteriores neste link.
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E já passamos da metade do ano… Como o tempo voa, não é mesmo? Com certeza não tem sido um ano fácil. O cenário macroeconômico complexo e as grandes mudanças estruturais em nossa indústria trazem desafios para nosso dia a dia, mas, pelo menos por aqui, seguimos otimistas. Esperamos que vocês se inspirem nas histórias incríveis que compartilhamos nessa edição para construir um segundo semestre de grandes aprendizados!
Aproveitando, queremos deixar um agradecimento enorme à Beatriz e à Brenda pelas contribuições para que essa edição saísse do papel! Recentemente abrimos nossa agenda de conteúdos para colaborações externas de pessoas da Comunidade Elas&VC e queremos muito apresentar novos pontos de vista por aqui. Caso tenha interesse em saber mais, entre em contato conosco por este link.
You can't be what you can't see: o poder do exemplo 👀
Hoje vamos falar sobre inspiração… você sabe quem são as maiores investidoras de VC globalmente? Aquelas que lideraram grandes (e por que não "famosos”) investimentos ao longo dos anos, que escreveram algum livro ou que são sócias de grandes gestoras? Pois é, nós também não sabíamos até fazermos essa pesquisa…
Nesse artigo citamos algumas das mais icônicas mulheres em Venture Capital globalmente, bem como outras fontes de informações para conhecer histórias inspiradoras:
Jess Lee _ Sócia Sequoia Capital
Se você está dentro do universo de VC, já deve ter ouvido falar sobre a Sequoia Capital, firma de Venture Capital famosa do Vale, com investimentos em grandes empresas de tech, como Google, Apple, cisco, WhatsApp, Airbnb, bitckout e FTX. Mesmo sendo uma antiga firma de VC, foi só em 2016 que a Sequoia teve sua primeira sócia mulher, Jess Lee.
Antes disso, Jess foi ex-gerente de produto do Google e se tornou CEO do site de moda Polyvore, que foi adquirida por US$ 230 milhões, pelo Yahoo, em 2015. Jess esteve lá desde os primeiros meses de existência, desenvolvendo diversos papéis como produto e comunidade dos usuários.
No dia a dia da Sequoia, além de investir, Jess trabalha com os times de tecnologia, produto e design. Jess também é cofundadora do All Raise, comunidade de empreendedoras e investidoras dedicadas a diminuir o gap de gênero no universo de tech e VC. Um movimento que aliás é uma das principais inspirações pra nós do Elas&VC.
Aileen Lee _ Fundadora Cowboy Ventures
Aileen Lee tem uma carreira de mais de 20 anos em Venture Capital, começando como Associate na Kleiner Perkins Caufield & Byers, onde esteve até se tornar Senior Partner em 2012. Após sua saída da gestora, Lee fundou sua própria gestora, a Cowboy Ventures, onde atua como Managing Partner há mais de 10 anos.
A Cowboy Ventures foca em startups com foco em tecnologia e atua desde o estágio Pre-seed até o Series E. Os investimentos incluem teses em enterprise software com IA/ML, SaaS, fintechs, marketplaces, e-commerce, entre outros. Algumas das empresas suportadas por Lee incluem: Bloom Energy, Dollar Shave Club, Guild Education, Hone, Lightstep, Mutiny, NuOrder, Rent the Runway, Tally, Textio, Trendyol.
Fun fact: além de ser fundadora de uma das primeiras gestoras lideradas por mulheres, Aileen também cunhou o popular termo “unicórnio” usado para descrever startups que são avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais.
Assim como Jess Lee e juntamente com outras 33 venture capitalists, Aileen também é fundadora da All Raise.
Pocket Sun e Elizabeth Galbut _ Fundadoras SoGal Ventures
Pocket Sun tem uma vasta experiência trabalhando com startups e corporações nos EUA e na Ásia. Ela possui um mestrado em empreendedorismo e inovação pela University of Southern California e fundou a SoGal enquanto estava na pós-graduação.
Elizabeth Galbut, por outro lado, é GP (general partner) pela segunda vez com um histórico de investimento de muito sucesso e vasta experiência em saúde, estratégia e finanças empresariais. Em 2015, ela cofundou a A-Level Capital, um bem-sucedido Venture Capital, impulsionado por estudantes da Johns Hopkins. Antes de atuar como investidora, Elizabeth foi consultora de estratégia e operações na Deloitte Consulting com foco em grandes clientes de saúde.
A gestora fundada por Sun e Galbut, SoGal Ventures, tem sede em Nova York e é o primeiro fundo de Venture Capital focado no público millennials e liderado por mulheres. Além da gestora, ambas fundaram também a SoGal Foundation, comunidade com representantes em mais de 40 regiões em todo o mundo, onde empreendedores e investidores locais se conectam para inspirar e aprender uns com os outros.
Christine Tsai _ CEO e cofundadora 500 Startups
Antes de fundar a 500 Global (anteriormente chamada 500 Startups), Christine trabalhou como Product Marketing Manager no Google por mais de sete anos, desde o início do lançamento do AdSense Online em 2003. Christine fundou a 500 Global em 2010 e já investiu em mais de 150 empresas, incluindo ipsy, Sprig, Bombfell e Storefront, além de supervisionar as equipes de aceleração e distribuição da gestora.
Com mais de US$ 2 bilhões em ativos, a 500 Global é uma empresa de Venture Capital que investe cedo em fundadores para construir empresas de tecnologia de rápido crescimento. Com portfólio bastante diversificado por setor, geografia e estágio, a empresa vem apresentando um excelente resultados ao longo dos anos, com +45 empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.
The Midas List
Outra fonte interessante de informações a respeito de mulheres investidoras em Venture Capital é Midas List. Produzida pela Forbes em parceria com a TrueBridgeCapital Partners, a Midas List é o ranking dos 100 maiores investidores em Venture Capital globalmente. Apesar de (ainda) não termos mulheres entre as dez primeiras posições, a lista de 2022 contou com onze mulheres premiadas dentro do ranking.
Fonte e créditos da imagem: The Midas List 2022
Neste ano, Reshema Soloni foi destaque entre novos investidores “to watch”:
Reshma Soloni _ Cofundadora Seedcamp
Reshma Sohoni é Managing Partner no fundo europeu Seedcamp, cofundado por ela em 2007. Entre seus principais investimentos até o momento destacam-se os investimentos Seed na UiPath, empresa que se tornou pública em 2020, e na TransferWise, listada na Bolsa de Valores de Londres em julho de 2021.
Outras empresas também investidas por Reshma que mais tarde alcançaram o status de unicórnio incluem a fintech britânica Revolut, a corretora de seguros digital alemã Wefox e a plataforma francesa NFT Sorare.
Em função do trabalho realizado, a investidora foi reconhecida pela Rainha da Inglaterra em 2021 como Member of the Order of the British Empire por suas contribuições ao ecossistema de tecnologia britânico.
Bônus track: ao longo da pesquisa, para escrever esse artigo, nos deparamos com os dois livros abaixo cujo objetivo é dar visibilidade a mulheres de destaque em Venture Capital. Já vai para nossa lista de “livros essenciais sobre VC”:
“Women Who Venture: You can’t be what you can’t see” - com título sugestivo, o livro conta histórias de 99 mulheres tomadoras de decisões de investimento em Venture Capital em todo o mundo. A autora, Renata George, foi empreendedora e, após a venda de seu negócio, iniciou uma carreira em investimentos, primeiro como investidora-anjo e mais recentemente como gestora de Venture Capital.
Alpha Girls: The Women Upstarts Who Took On Silicon Valley's Male Culture and Made the Deals of a Lifetime - escrito pela jornalista Julian Guthrie, o livro conta a história de quatro mulheres que, através de coragem e engenhosidade, se tornaram estrelas de Venture Capital no Vale do Silício e ajudaram a construir algumas das empresas mais importantes atualmente.
Assim como essas autoras, nós do Elas&VC esperamos que esse conteúdo dê luz a todo o potencial que existe em ser uma investidora mulher na industria de VC.
Por Vic Scotoni e Alied Monica
What’s Trending? Análise de Deals Latam 💰
Dando sequência ao mapeamento de investimentos na América Latina que apresentamos na Newsletter #22, veremos aqui as principais rodadas de startups fundadas por mulheres na região.
Nos últimos três meses, tivemos 20 investimentos realizados em companhias fundadas por mulheres, totalizando aproximadamente US$ 700M. Como base de comparação, de acordo com o Crunchbase, foram contabilizados 203 investimentos na região no 2Q2022, totalizando US$2.3Bn.
Se quiser saber mais detalhes de cada uma das startups, clique aqui.
Não é rodada, mas é notícia quente: Carolina Strobel se junta ao time da Antler no Brasil. Carolina será country manager no Brasil ao lado de Marcelo Ciampolini, onde irão replicar o modelo da gestora já presente em mais de 24 países: investir em oportunidades Pre-seed ajudando empreendedores a construir negócios do zero. Muito sucesso nessa nova empreitada, Carol!
Vale a pena lembrar: a fonte para nosso mapeamento é a base do Crunchbase, mais especificamente a lista Latin America Startups with Female Founders. Apesar de ser um ótimo filtro, pode ser que algumas rodadas tenham ficado de fora e, caso seja o seu caso, fique à vontade para nos passar informações mais apuradas que daremos destaque na próxima edição.
Por Vic Scotoni
Diverse and F*** Awesome Women to Watch 👀
Nessa sessão reconhecemos aquelas founders e líderes que estão fazendo um excelente trabalho e merecem destaque no meio de inovação, tecnologia e investimento. São pessoas que acompanhamos em nossa rotina como investidoras ou que admiramos de longe e que não tivemos a chance de conhecer (ainda! rs) 😍
O que não falta é referência de pessoas f*das no ecossistema de inovação, só precisamos colocar o holofote no lugar certo! 📣
1) Co-Founder
Nome: Stephanie von Staa Toledo
Startup: Oya Care
Setor: Saúde
Local: São Paulo, BR
Produto: Femtech focada em ajudar mulheres e pessoas com ovários a se empoderarem dos seus corpos através da saúde.
Thoughts: Stephanie faz parte do seleto grupo de founders mulheres (menos de 5%) que captou investimento para sua startup, a Oya Care.
Nesse segmento, a vontade de empreender acaba vindo de uma experiência pessoal, combinada com uma paixão pelo propósito. Afinal, a trajetória de uma empreendedora não é fácil e requer muito foco.
Foco este que Stephanie apresentou tanto em sua formação acadêmica, com formação em Administração pela FGV, um MBA em Wharton e um Mestrado em Relações Internacionais pela Universidade da Pensilvânia, como em sua notável experiência profissional.
No empreendedorismo, a trajetória nem sempre é algo óbvio ou linear. No caso da Stephanie, ela iniciou sua carreira em investment banking no BNP Paribas e atuou como CFO em uma das startups da Rocket Internet, na qual tocou o M&A da empresa.
Em seguida, ela foi para McKinsey e, na sequência, para um fundo de Private Equity focado em cannabis medicinal, tendo inclusive sido enviada para tocar uma investida em Londres, a qual havia acabado de perder seu CEO.
A experiência abriu a vontade de abrir o seu próprio negócio e, acompanhando o boom de femtechs em Nova Iorque e Londres, Stephanie voltou ao Brasil em 2020 para montar a Oya Care.
Sobre a vida de empreendedora no Brasil, Stephanie afirma: “no dia a dia, o que mais me ajuda a manter o pique e a motivação é ser muito apaixonada pelo propósito da Oya e ver a diferença que faz na vida das oyanas”.
2) Investidora
Nome: Bianca Martinelli
Gestora: Alexia Ventures
Tese: software, inteligência de dados, web3 e blockchain
Local: São Paulo, BR
Investimentos: Logcomex, HeroSpark e Parfin
Thoughts: “Sempre me interessei em conhecer diferentes países e culturas” é assim que inicia a jornada que levou Bianca Martinelli à atual posição de sócia do fundo Alexia Ventures. Bianca é uma das raridades que chegou no mercado de VC basicamente no mesmo momento em que o ecossistema era criado, tendo atuado em 2007 na Endeavor.
Foram 12 anos na empresa, sendo seu principal papel escalar o modelo Endeavor globalmente, levando os programas de mentoria, networking e o ecossistema a diversos países da LATAM e da Europa.
A seu ver, sua entrada no mercado VC não seguiu um modelo tradicional, mas é justamente isso que torna sua história interessante e evidencia uma nova visão de diversidade nesse mercado. De fato, suas experiências na Endeavor lhe renderam um conhecimento profundo sobre como empreendedores pensam, mas Bianca sentiu falta de atuar na operação de uma startup.
Foi então que ela entrou na RD Station para tocar a expansão internacional da empresa, e vivenciar a escassez de recursos e o senso de urgência que só uma startup proporciona. É justamente essa vivência no mundo empreendedor que Bianca considera essencial a quem quiser entrar no mundo de VC, bem como foi seu conhecimento em expansão global que a tornou indispensável na Alexia Ventures.
Aliás, é aí que reside sua “zona de genialidade”, termo que lhe foi apresentado quando participava do programa Kauffman Fellows. A ideia é que o profissional que busca crescer no mercado de VC deve encontrar o que o destaca como um investidor especial - o tornando desejável nos boards pelos empreendedores - e focar seus esforços em aprimorar essa qualidade.
3) Executiva
Nome: Renata Citron
Instituição: iFood
Local: São Paulo, BR
Expertise: Business Development, Inovação e ESG
Thoughts: Renata é Head de Novos Negócios do iFood, liderando novas iniciativas de expansão da empresa para usuários de Classe C. Com mais de 10 anos de experiência na área de empreendedorismo e educação, ela já trabalhou em posições de liderança em organizações como a Endeavor, Fundação Lemann e Omidyar Networks. Além disso, ela é mestre em Tecnologia da Educação pela universidade de Stanford, formada em Administração pela FGV e Direito pela USP.
Antes de ir para o iFood, Renata foi founder da startup Cantinho do Brincar, uma edtech que empoderava mulheres em comunidades de baixa renda a montar seus espaços de desenvolvimento infantil.
Sua experiência no mundo de empreendedorismo abriu portas para que Renata ingressasse no iFood, inicialmente como Head de Educação, e atualmente como Head de Novos Negócios. Na empresa, Renata liderou esforços com o compromisso ESG de educação do ecossistema, desenvolvendo programas para fomentar talentos tech (10+ mil profissionais impactados), e parcerias para fomentar a educação STEM nas escolas públicas (3+ milhões de alunos impactados).
Quando questionada sobre dicas para mulheres que estão iniciando carreira no mundo de startups, Renata afirmou “cerque-se de uma rede de relacionamento poderosa que possa te complementar e dar confiança para os maiores desafios da trajetória empreendedora. Essas conexões farão toda a diferença para os altos e baixos, e principalmente para superar a síndrome de impostor que acompanha tanto as mulheres na jornada”.
Acompanhe essas mulheres f***s!!
Por Maria Beatriz de Orleans e Bragança
For Learning 🤓
Com o final do semestre aqui no Brasil e fechamento do FY nos EUA, muitos números e pesquisas foram divulgados nas últimas semanas. Um dos temas que mais ganhou destaque, como esperado, foram os diversos recortes de ESG tanto para investidores quanto para startups.
Os dados estão mensurando questões de gênero e raça, apresentando resultados em cada segmento e, como consequência, podemos entender melhor o ecossistema. Vamos aos resultados:
Startups com fundadoras mulheres captaram 93% mais no 1º semestre nos EUA, quando comparado com o mesmo período de 2021. Veja aqui os dados dos últimos anos.
Mais de 60% das investidoras-anjo realizou aporte em startups nos EUA em 2021, um número que supera o de homens (menos que 45%). As mulheres também já representam +30% dos membros de redes de anjos, um número que vem crescendo a cada ano. Leia a pesquisa completa da Center for Venture Research.
No Brasil, de acordo com a pesquisa da Anjos do Brasil, apenas 16% dos membros de redes são mulheres e 3% se declaram como pretos, pardos ou indígenas, um número que está longe de refletir a realidade do país.
Trabalhando por uma melhora nesse cenário, a BlackWin acaba de lançar a primeira plataforma de investidoras-anjo negras do país.
Mas e os VCs? Fundos de investimentos baseados em ESG não têm apenas pior desempenho financeiro, como pior histórico de conformidade, tanto para as regras trabalhistas quanto ambientais. É o que conclui este artigo, publicado pela Harvard Business Review.
Com tantas informações discrepantes, é difícil extrair conclusões definitivas em um primeiro momento, mas podemos ver tendências:
Mercados mais maduros, como o norte-americano, começam a ter resultados em relação a investimentos com diversidade de gênero após mais de 5 anos de estímulo. Avaliando a curva histórica, os mesmos resultados no Brasil devem começar a se intensificar em 2 ou 3 anos.
VCs ainda não resolveram o desafio de implementação da pauta ESG de forma consistente e sustentável e isso se reflete nos resultados. Organizações que conseguem resultados positivos com ESG são as que implementam as pautas em toda a cadeia de valor.
Vagas no setor ✏️
Downing Capital Group
O Venture Studio Downing Capital Group está buscando uma especialista em recrutamento para assessora suas investidas: Venture Capital Talent Acquisition Specialist
Fox Human Capital
O pessoal da Fox Human Capital está com algumas posições em aberto em Private Equity e CVC:
Inter-American Development Bank
O IDB está com duas posições abertas no time de investimentos do IDB Lab:
Associate for investments in VC Funds - baseado em Washington, DC
Associate for climate related investments - baseado no México
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