Qual o recurso mais renovável? A criatividade humana.
Se for empreender, foque nas necessidades da base e pense de forma simples.
Vamos para a edição #11 da Newsletter do Elas&VC, que tem a missão de inspirar, informar e conectar mulheres empreendedoras, investidoras, executivas do setor de tecnologia e demais pessoas da indústria. É nova(o) aqui? Confira nossas edições anteriores neste link.
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Restrições de recursos são uma Oportunidade
Empreendedorismo é (ou deveria ser) a profissão mais meritocrática. Na teoria, você só precisa de um problema e uma ideia para resolver esse problema. Mas, na prática, sabemos que empreender depende de “N” fatores que acabam tornando o funil do “empreender” cada vez mais estreito, seja por causa de funding, networking, burocracias, acesso à tecnologia, apoio, etc. Na teoria, empreendedorismo é algo lindo e democrático, mas, na prática, vemos cada vez mais lombadas ou até montanhas, que impedem a ascensão de negócios disruptivos.
Apesar dessas dificuldades/impeditivos, crises sempre fazem o mercado refletir. Camelos e empresas com consciência socioambiental ganham força; já empresas tradicionais que queimam sem consciência vão ser cada vez mais raras. Precisamos fazer mais com menos e considerar os impactos das nossas decisões no meio ambiente e na sociedade. Isso que se leva de toda crise.
Por quê?
Grande parte dos clientes não pode mais pagar por produtos caros, devido à redução do poder de compra.
Estamos ficando sem recursos naturais, principalmente água e petróleo.
A crescente disparidade de renda entre os super ricos e todos os outros levou a uma grande desconexão entre os produtos e serviços existentes e as necessidades essenciais dos clientes (não queremos mais uma feature, queremos produtos de transformação de realidades).
A mentalidade de inovação frugal é um paradigma antigo, mas que tende a ganhar cada vez mais força. Basicamente, é a consciência da necessidade de inovar com recursos limitados, entregando mais valor a custos mais baixos para mais pessoas. Repito, simplicidade e custo baixo SEM sacrificar a experiência do usuário.
A inovação frugal é um novo estado de espírito: aquele que vê as restrições de recursos não como um passivo, mas como uma oportunidade. As empresas frugais não procuram impressionar os clientes com produtos tecnicamente sofisticados, mas se esforçam para criar soluções de boa qualidade que entreguem o maior valor aos clientes com o menor custo possível.
A criatividade humana é um recurso natural infinitamente renovável - e está criando soluções inteligentes e baratas para os maiores problemas da sociedade.
A inovação frugal pode ser de baixa tecnologia, como a geladeira de barro na Índia, mas também pode significar o uso de alta tecnologia para tornar os serviços mais baratos e acessíveis a mais clientes. E falando de VC, esse é o nosso foco: tech-driven business.
A moral da história é que mais do que ter uma ideia totalmente inovadora (lembre-se somos mais de 7bi no globo, é improvável que você seja o único pensando nisso), que vai depender de “N” variáveis, é pensar de que forma SIMPLES esses problemas podem ser resolvidos. Com esse mindset, um empreendedor se diferencia.
Um bom exemplo é a penetração da Nokia na Índia. O celular Nokia 1100 mudou o mindset sobre telefone celular ser “luxo” e foi barato desde o início, atendendo as necessidades core do seu público alvo. O baixo custo permitiu uma penetração muito rápida no mercado e a falta de recursos desnecessários para seu público alvo tornou-o muito familiar e fácil de usar. Ou seja, não foi uma nova tecnologia que disruptou um mercado, mas uma nova forma de pensar em cima de uma tecnologia já existente.
Outro exemplo é o M-KOPA, no Quênia, do mesmo fundador do M-PESA.
Para reflexão. Hoje, os mercados emergentes respondem cerca de 50% do PIB global. Índia, China e outros países asiáticos representarão a maior parte do consumo global da classe média, deixando para trás a UE, os EUA e o Japão.
Destaco: consumidores da base da pirâmide têm necessidades e percepções de valor diferentes. Foque nas necessidades da base e pense de forma simples.
Empreendedorismo é sobre mudar realidade de bi/milhões.
Por Juliane Martins
What’s Trending?
A captação de startups fundadas ou com C-level mulheres continuou nessas últimas semanas. Vejamos mais detalhes:
LatAm
Destacamos hoje o deal da Leal, startup colombiana que já mencionamos na nossa News#2 - Não é só um problema de pipeline. A Leal havia levantado 2 milhões de dólares em julho deste ano e, agora, recebeu mais um aporte de 5,5 milhões de dólares, em uma Série B, segundo informações disponibilizadas no Crunchbase.
A Leal tem uma plataforma digital para varejistas da América Latina conseguirem identificar, envolver e recompensar seus clientes. Está nas principais cidades da Colômbia, do Panamá, da Guatemala e de El Salvador e foi fundada em 2016, por seus dois founders, Florence Frech e Camilo Martinez.
África
Infelizmente não mapeamos deals da África esta semana.
World
Como de costume, listamos abaixo alguns dos deals que aconteceram nas últimas semanas ao redor do mundo, que também possuem founders ou C-level mulheres.
Destaque para o setor de veículos autônomos e 5G. São setores que ainda não haviam aparecido por aqui e que surgiram nesses últimos 15 dias, tanto em deals dos Estados Unidos quanto Europa (mais precisamente na Polônia). Vale a pena ficarmos de olho e seguirmos acompanhando!
Se quiser mais detalhes de cada Startup, clique aqui!
Por Isabella Passos e Juliane Martins
Diverse and F*** Awesome People to Watch
Nessa sessão queremos reconhecer aquelas(es) founders e líderes que estão fazendo um excelente trabalho e merecem destaque no meio de inovação, tecnologia e investimento. São pessoas que acompanhamos em nossa rotina como investidoras ou que admiramos de longe e que ainda não tivemos a chance de conhecer (ainda! Rs) 😍
Caso você tenha alguém para indicar, é só entrar em contato com a gente por meio do elasevcc@gmail.com ou por direct no nosso Instagram e mandar a sua indicação.
O que não falta é referência de pessoas f*das no ecossistema de inovação, só precisamos colocar o holofote no lugar certo! 📣
1) FoundeNome: Giovanna Meneghel
Startup: Nude.
Setor: Foodtech
Local: São Paulo, BR
Product: Plant based foods
Investors: Non-disclosure
Business Model: Fabricação e venda de alimentos à base de aveia, distribuídos por grandes redes varejistas.
Thoughts: A Giovanna tem um background bem diverso e interessante: apesar de ser formada em Direito, trabalhou como consultora de moda e, em uma temporada morando em Berlim, se despertou para o mercado de alimentos veganos e sustentáveis. Além disso, a ligação com o setor agrícola e a produção de alimentos está no seu DNA - sua família já havia empreendido neste setor no Paraná e a Giovanna sempre esteve muito exposta a esse mundo… Chama a atenção o cuidado com que a marca está sendo posicionada e como a Giovanna tem aplicado essa bagagem de branding e posicionamento na Nude., especialmente no quesito sustentabilidade (o primeiro leite vegetal carbono neutro do mercado)!! 🥛🌿
2) Investidora
Nome: Izabel Gallera
Instituição: Canary
Setor: Todos
Local: São Paulo, BR
Investidas: Mais de 75 empresas no portfólio!
Investimentos de Destaque: Loft, Gupy, Trybe, Sallve, Alice, Buser, Caju e Qulture Rocks
Exit: 1M2, Creditoo, Decorati, GamersClub, Social Miner, Spry e Teravoz.
Thoughts: A Bel é sócia do fundo de Venture Capital early-stage Canary e teve uma trajetória ascendente na casa. Começou em abril de 2018 como Associate e cerca de 1 ano depois já se tornou sócia! 👏🏻 Ela é engenheira de formação pela UFPR e, antes de entrar na indústria de VC, trabalhou na Endeavor, Danone Waters, Hype Empreendimentos e Pepsico! Um baita background, com várias passagens legais no CV e várias startups interessantes no portfólio! 🐤🚀
3) Líder
Nome: Monalisa Gomes
Instituição: Global Alumni
Setor: Desde energia até serviços em consultoria, assessoria e auditoria.
Local: São Bernardo do Campo, BR
Expertise: Planejamento estratégico, transformação digital, liderança e cultura organizacional.
Thoughts: A Monalisa é uma referência admirável: com mais de 17 anos de carreira ela esteve à frente de diversas empresas em cargos C-Level, com direito a experiências globais.
“Da periferia ao cargo executivo foram inúmeros os meus aprendizados pessoais e profissionais, sempre guiada pela minha paixão por inovação e desenvolvimento, me mantenho em constante evolução, ratificando o porquê da minha presença entre as 0,4% das mulheres negras e CEO’s no Brasil.”
Espero que tenham gostado de conhecer os exemplos de mulheres f*das dessa semana (excuse my french! 🙊). Que elas inspirem a todas assim como nos inspiram: transformando o mundo com suas ideias e visões, com muito foco e obstinação para estarem onde quiserem!
Por Luiza Santos e Alied Monica
Pelos olhos de uma analista
Essa seção é nova aqui, e dado que somos 4 analistas de diferentes casas de VC, nada mais justo que contarmos um pouco da visão de dentro para as(os) empreendedoras(es) que nos acompanham. Vamos compartilhar alguns insights e dicas, que podem ajudar a desmitificar o mundo de VC.
Hoje viemos contar um tema super importante que faz a gente seguir ou não em uma análise aprofundada com uma startup: o comprometimento do time fundador!
Brincamos que investir e ser sócio de uma startup é como um casamento. São vários anos de convivência (em média 7 anos no nosso caso Rs), na alegria e na tristeza…
Agora, imagine você em um casamento, e ao mesmo tempo a pessoa com quem você se comprometeu está em outros casamentos também… pode ser algo que alguns não se incomodam, mas na maior parte dos casos é um problema, já que a atenção dessa pessoa vai estar dividida em vários lugares….
Voltando ao mundo de VC… vamos a dois casos que se assimilam ao exemplo da vida real que demos:
Founder com mais de uma startup…
Não é incomum o caso de fundadoras(es) que estão em mais de uma empresa. Entendemos que às vezes é difícil se desapegar da startup anterior. É tipo um filho(a) que você não quer abandonar, mas é preciso…
Entenda que o VC espera o seu comprometimento na startup que ele está investindo agora, e não na anterior.
Caso você esteja iniciando uma captação, ainda nesse cenário, uma recomendação para mitigar isso é mostrar de forma clara um plano de ação da sua saída na startup anterior.
Se você não tiver isso a curto prazo, provavelmente você receberá um não do VC.
Founder full-time no negócio…
O exemplo mais comum, principalmente em startups early-stage, é a presença full-time dos founders no dia a dia da startup.
Uma sinalização de foco e comprometimento - é o que a grande maioria dos fundos de Venture Capital esperam.
É verdade que para muitos empreendedores chega a ser quase natural estar envolvido com outras startups. Uma coisa vai chamando a outra e o nosso ecossistema é muito conectado… Para startups early-stage, por exemplo, é super interessante ter alguém próximo que já passou por aquela etapa da jornada empreendedora. E, geralmente, isso acontece com mentores e advisors chave ajudando...
Porém, não é incomum nos depararmos com outros empreendedores, também em estágio bem inicial, já no captable de várias empresas… Eventualmente indo uma vez por semana no escritório, ajudando com desenvolvimento de uma coisa aqui e outra lá… É claro que isso pode funcionar para determinada pessoa, afinal cada um é cada um. Mas a verdade é que isso é exceção e a maioria não consegue girar tantos pratinhos ao mesmo tempo (pelo menos não com a qualidade esperada).
Olhando pelo lado do investidor, nós temos tão poucos elementos objetivos para analisar empresas em estágios iniciais que esperar o comprometimento e foco 100% em um único negócio é uma forma de mitigarmos riscos e protegermos o nosso capital.
Afinal, e se amanhã a startup A não estiver em seus melhores dias e a startup B estiver voando, será que o fundador não vai se sentir seduzido a focar mais naquilo que tem mais potencial de dar certo? 🤔
Sabemos que existem exceções! Mas fica aqui os nossos insights sobre um assunto MUITO recorrente em nossa rotina de reuniões com empreendedores a análises de empresas. 😉
Por Alied Monica e Luiza Santos
Vagas no Setor
Venture Capital
Vaga de estágio na Vox Capital. A Vox Capital é uma gestora de investimento de impacto e está procurando alguém para fazer parte do time de investimentos em Venture Capital. A área tem como missão prospectar, selecionar, acompanhar e auxiliar as startups que farão a diferença no futuro do nosso país. Se você gosta de um ambiente dinâmico e tem vontade de fazer a diferença, se candidate!
As pessoas interessedas podem enviar o CV para o e-mail: alied@voxcapital.com.br 📧
Queremos criar outras frentes no Elas&VC e para isso gostaríamos de te conhecer um pouco mais e saber sobre seus interesses. É uma pesquisa bem rápida e isso vai nos ajudar a criar mais valor. Clique aqui para responder, vai ser menos de 30 segundinhos! :)
Se quiser contribuir, trocar opiniões ou dar qualquer feedback, pode responder esse e-mail! Ficaremos felizes!
Abraços,
Ali, Ju, Isa e Lu do Elas&VC