Que 2021 traga mais diversidade!
Vamos para a edição #12 da Newsletter do Elas&VC, que tem a missão de inspirar, informar e conectar mulheres empreendedoras, investidoras, executivas do setor de tecnologia e demais pessoas da indústria. É nova(o) aqui? Confira nossas edições anteriores neste link.
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ESG: A sigla que veio para intensificar a diversidade nas empresas
Chegamos à última News do ano de 2020. Ano complicado, cheio de altos e baixos, mas que trouxe inúmeros aprendizados a todos nós. Um ano diferente e que ficará guardado na memória.
Ouvi muito que este foi um ano de reflexões. E, posso dizer que uma dessas reflexões com certeza envolveu a questão do "olhar ao próximo". Não foi à toa que as discussões sobre diversidade se intensificaram ainda mais e também que a procura pela melhora da governança, da relação com os colaboradores e com o meio ambiente veio à tona com a propagação da sigla "ESG" e do engajamento de mais empresas com o capitalismo consciente.
Como o próprio presidente do Conselho do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, Hugo Bethlem, disse "um tema fundamental para o Capitalismo Consciente Brasil são os pilares e investimentos ESG (Ambiental, Social e Governança), onde acreditamos que apenas com uma governança estruturada com propósito e um líder consciente, a empresa poderá efetivamente investir com transparência em ações de sustentabilidade e responsabilidade social, com seus colaboradores e com a comunidade a quem serve. Toda empresa capitalista consciente deve ter valores rígidos de ESG, e todas as iniciativas de ESG devem ter consciência nas suas decisões."
Pode-se dizer, então, que "talvez essas três letras sejam a maneira de pregar um capitalismo consciente que não existia até então", como concluiu Guilherme Benchimol, em conversa com a Reset, afirmando também que "empresa que não for ESG vai acabar".
E o que quer dizer ESG?
O acrônimo ESG vem do inglês e significa "Environmental, Social and Governance", que em português foi traduzido como ASG - Ambiental, Social e Governança (apesar de ter predominado a sigla em inglês). Ou seja, se refere às melhores práticas que a empresa pode adotar em relação a questões ambientais, sociais e de governança.
Para entender melhor o contexto, a sigla apareceu pela primeira vez, em 2005, em um relatório denominado "Who Cares Wins", com recomendações do mercado financeiro e como resultado de uma iniciativa liderada pela ONU - Organização das Nações Unidas.
Ao final do relatório, concluiu-se que a inclusão dessas questões no mercado financeiro geraria mercados mais sustentáveis e com melhores resultados para a sociedade como um todo.
A ESG pode ser tanto usada para se referir a práticas internas das empresas, como também a investimentos. Neste último, os investimentos não são focados somente na rentabilidade, mas também na geração de impacto, por isso são conhecidos como "investimentos responsáveis" ou "sustentáveis". Como exemplo podemos citar os fundos ESG, também conhecidos como "fundos verdes".
Ao explorar cada uma das letras e entender os assuntos que estão abaixo de cada uma delas temos o seguinte:
A letra E refere-se às práticas ambientais de uma empresa, sendo responsável por assuntos como desmatamento, poluição, aquecimento global e emissão de carbono.
A letra S está relacionada às práticas sociais, sendo composta por questões de diversidade do time, relacionamento com a comunidade e clientes, e proteção de dados e privacidade.
A letra G diz respeito às práticas de governança, fazendo referência a assuntos como políticas internas, remuneração dos executivos, canais de denúncia e a composição dos “Boards”, levando em conta a diversidade dos membros e a existência de conselheiros independentes.
E essas práticas têm sido notadas?
De acordo com uma análise recente do BCG, 72% dos consumidores europeus preferem produtos em embalagens ecologicamente corretas, bem como 46% dos consumidores em todo o mundo dizem que escolheriam produtos ecológicos em vez de uma marca preferida. Outra pesquisa do BCG também revelou que 67% dos millennials esperam que as empresas em que trabalham sejam voltadas para um propósito e que seus empregos gerem impacto social. Nota-se, assim, que as empresas vão ser cada vez mais cobradas por seu posicionamento, seja internamente por meio de seus funcionários, seja externamente por exigência de seus consumidores e do mercado como um todo.
Uma maior lucratividade e a melhora em seu valor de mercado ao longo do tempo são exemplos de resultados positivos que são enxergados em empresas que adotam o capitalismo consciente e as práticas ESG.
No Brasil, dentre as empresas envolvidas nesta prática estão a Magazine Luiza, Petz, Dengo, Reserva, Gerdau, entre diversas outras. Ontem, inclusive, houve o anúncio da união de forças do Grupo Boticário com o Itaú BBA para o lançamento da debênture ESG do Grupo.
Como vimos, dentro dos pilares de Social e Governança, a questão da diversidade é abordada, seja para ter times mais diversos, seja para ter um conselho mais diverso.
E, dentro desta seara, legal compartilhar o trabalho que a CEO da Nasdaq, Adena Friedman, vem fazendo. Recentemente, a Nasdaq pediu permissão à Securities and Exchange Commission (SEC), a “CVM americana”, para adotar uma nova regra para as mais de 3 mil empresas listadas: ter ao menos uma mulher e outra maioria sub-representada ou um membro LGBTQ em seus conselhos. Hoje, 75% das empresas listadas não cumprem essa exigência e terão um prazo de 2 anos para terem ao menos 1 membro diverso em seus conselhos, caso contrário, poderão até mesmo ser excluídas da listagem.
Em paralelo, o Goldman Sachs anunciou que vai atuar somente em ofertas de ações de empresas que tenham ao menos um membro diverso em seu conselho. E, há uma nova lei na Califórnia que impõe ao menos a presença de um conselheiro de grupos sub-representados em empresas listadas que sejam sediadas no Estado.
As mudanças vêm ocorrendo e é importante que as acompanhemos de perto. O ano de 2020 intensificou essa discussão e devemos ver algo semelhante em 2021, pois está claro que o olhar ao próximo está cada vez mais focado.
Que venha 2021 com mais diversidade, mais união, mais respeito a todos nós!
Por Isabella Passos
What’s Trending?
A captação de startups fundadas ou com C-level mulheres continuou nessas últimas semanas. Vejamos mais detalhes:
LatAm
Mozper: fundada no final de 2019 por Gabriel Roizner, Pablo Klestorny e Yael Israeli. A startup fomenta a educação financeira de jovens, oferecendo um cartão de débito para adolescentes, que é administrado pelos pais.
A Mozper acabou de captar sua rodada seed de USD 3.55 milhões com os fundos Hetz Ventures, F-Prime Capital e Foundation Capital. Em agosto, a Mozper tinha lançado seu produto beta e agora está lançando oficialmente em todo o México. A startup planeja chegar ao Brasil ano que vem, então em breve ouviremos mais novidades.
World
Como de costume, listamos abaixo alguns dos deals que aconteceram nas últimas semanas ao redor do mundo, que também possuem founders ou C-level mulheres.
Se quiser mais detalhes de cada Startup, clique aqui!
Por Alied Monica e Juliane Martins
Diverse and F*** Awesome People to Watch
Nessa sessão queremos reconhecer aquelas(es) founders e líderes que estão fazendo um excelente trabalho e merecem destaque no meio de inovação, tecnologia e investimento. São pessoas que acompanhamos em nossa rotina como investidoras ou que admiramos de longe e que ainda não tivemos a chance de conhecer (ainda! Rs) 😍
Caso você tenha alguém para indicar, é só entrar em contato com a gente por meio do elasevcc@gmail.com ou por direct no nosso Instagram e mandar a sua indicação.
O que não falta é referência de pessoas f*das no ecossistema de inovação, só precisamos colocar o holofote no lugar certo! 📣
1) Founder
Nome: Miriam Yokoyama
Startup: Easy Deco
Setor: Arquitetura e Decoração
Local: São Paulo, BR
Product: A plataforma conecta arquitetos com clientes, intermediando a venda de projetos de decoração totalmente online, apenas por fotos, vídeos e plantas 3D.
Investors: Canary
Business Model: Marketplace
Thoughts: Depois de se formar em engenharia da computação na Poli, a Miriam teve uma experiência bem bacana em Private Equity (passou por casas como Pátria, Veremont e Glanstone Capital), fez MBA em Columbia e ainda trabalhou com consultoria na Bain! Isso tudo antes de fundar a Easy Deco, um marketplace que conecta designers de interiores e parceiros a clientes em busca de decoração customizada e acessível. Uma empreendedora com um baita currículo e que vale a pena ficar de olho!
2) Investidora
Nome: Carolina Morandine
Instituição: Wayra
Setor: Entretenimento (jogos e vídeos), inteligência artificial, IoT, Big Data, eHealth, Edtech e Fintech.
Local: São Paulo, BR
Investidas: Mais de 75 empresas no portfólio
Investimentos de Destaque: Gupy, Pier, Quero Quitar, Trocafone
Exit: Gupy, Mol, Pier, Social Miner e Teravoz
Thoughts: A Carol tem mais de 17 anos de experiência profissional em diferentes áreas e é formada em jornalismo pelo Mackenzie, além de ter MBA em administração pela ESPM e um mestrado em governança global e ética pela UCL. Desde 2011, ela vem trabalhando com tecnologia e inovação - startups, corporate venturing, open innovation e empreendedorismo. Atualmente, está liderando a estratégia de portfólio e scouting da Wayra e é uma grande referência para todas nós como investidora e líder: super acessível, técnica, consistente, profissional e sempre ativa na comunidade das investidoras, compartilhando conhecimento e elevando outras mulheres. A você nossa grande admiração!
3) Líder
Nome: Gabriella Mendes
Instituição: Strider
Setor: Agtech
Local: Belo Horizonte, MG
Expertise: Design e Marketing.
Thoughts: A Gabi é formada em Design Gráfico pela FUMEC e é co-fundadora da Strider, uma Agtech que desenvolve tecnologias para o campo, auxiliando produtores desde o monitoramento de máquinas agrícolas e controle de pragas às imagens de satélite das fazendas. Como membro chave da equipe, ela conciliou tanto os seus conhecimentos para desenvolver o produto (design do hardware, software, experiência dos usuários na plataforma, e por aí vai...) quanto para escalar as vendas (geração de leads B2B). Um perfil bem multidisciplinar e obstinada. Vale dizer que ela tem um exit na conta! Em 2018, a Strider foi vendida para a Syngenta, um baita motivo de orgulho e reconhecimento. Parabéns pela conquista e sucesso sempre Gabi :)
Por Luiza Santos
Curtinhas
Final de ano é correria para todo lado, então foca nas curtinhas!
Análise de distribuição de equity por gênero, raça e etnia e geografia nas startups
O 2020 Table Stakes Report investiga como está distribuído o equity entre fundadores, executivos sêniores, primeiros funcionários e funcionários técnicos. Ainda falta diversidade de gênero e de raça. O relatório conclui que, embora tenha havido um crescimento incremental na representação em 2018, não foi substancial o suficiente para ser significativo.
O relatório sugere que a concentração de participação acionária nos mesmos grupos é a principal força motriz para o crescimento exponencial do hiato de riqueza.
Como Bill Gates escreveu em seu blog, o custo humano e econômico da mudança climática pode ser pior do que a crise da Covid-19. De acordo com Gates, em 2100, a mudança climática pode ser 5 vezes mais mortal que a Covid-19, e os danos econômicos da mudança climática ao longo do tempo podem equivaler a perdas do tamanho de uma pandemia da Covid-19 a cada década.
Os cientistas que desenvolveram a vacina
O objetivo de comercializar uma vacina para colocar um fim à pandemia foi alcançado em dez meses, comparado a anos de pesquisa no caso de outras vacinas. Atualmente, há 347 vacinas em fase de testes pré-clínicos ou clínicos, em torno do mundo.
BioNTech é a história de um casal alemão de origem turca, Ugur Sahin e Özlem Türeci, que desenvolveram a vacina. A BioNTech tem cerca de 1.800 funcionários, metade mulheres, e cientistas de 60 nacionalidades.
Aqui um pouco sobre a história dos fundadores:
Por Juliane Martins
Queremos criar outras frentes no Elas&VC e para isso gostaríamos de te conhecer um pouco mais e saber sobre seus interesses. É uma pesquisa bem rápida e isso vai nos ajudar a criar mais valor. Clique aqui para responder, vai ser menos de 30 segundinhos! :)
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Abraços,
Ali, Ju, Isa e Lu do Elas&VC